domingo, 1 de abril de 2012

Artigo para reflexão



QUAL SERÁ O MODO "CERTO" DE ESCREVER ?
por Juliana S. Valis


     Umas breves reflexões sobre tantos manuais de redação e de escrita criativa me levaram a redigir este pequeno texto, apenas como exercício de observação. De fato, existem grandes e intermináveis discussões sobre o que seria a tal "objetividade", coesão e coerência na arte de escrever, em outras especificações técnicas. Entretanto, quem estabeleceria com exatidão e clareza todos os termos precisos de uma "boa" obra literária ? 

     Antes de tudo, é engraçado como temos sempre a tendência de achar que estamos certos em qualquer coisa, como se o nosso ponto de vista, sobre qualquer tema, fosse o "mais correto" ou o "mais válido". Entretanto, é sempre bom entender que o nosso ponto de vista, principalmente sobre questões relativas a textos como alto grau de subjetividade, é apenas UMA FORMA de interpretação, e não a melhor, ou a pior, ou a única impressão válida. 

     Por isso, acredito que simplesmente não existe apenas um modo "certo" de escrever ou de se expressar artisticamente (ou, talvez, tecnicamente), pois o que consideramos "certo" é apenas um reflexo da nossa subjetividade, inerente ao que sentimos, sem qualquer relação com algo "exato", "estanque" ou pretensamente "universal". Na arte literária, como na vida, não existe "absolutismo". Ninguém tem o direito de rotular ninguém, do que quer que seja. 

    Assim, ressalto o direito que temos em nos expressar, sem desrespeito, sob infinitas formas e sobre infinitos temas. Às vezes escrevemos de modo crítico, outras vezes, de modo despreocupado, ou de modo sarcástico, ou irônico, vago ou concreto, e nada disso está errado ou certo, ou absolutamente inquestionável. 

    Em síntese, a grande "graça" de escrever está nos infinitos modos e possibilidades de expressão. Quem tem a pretensão (inócua) de estabelecer temas e métodos unicamente "válidos" e "agradáveis" acaba restringindo a própria criatividade humana, por si só, ilimitada. 

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